Presença milenar em Portugal, o cavalo Garrano constitui um elemento
integrante do alto das serras e baldios e da paisagem humanizada do Minho.
A descoberta, em 1867, dos vestígios do Eohippus - o mais antigo antepassado directo do cavalo actual, com 65 milhões de anos - permitiu traçar uma história evolutiva directa até aos primeiros exemplares Equus caballus aparecidos há cerca de 1 milhão de anos.
Durante o Paleolítico médio a vida pré-histórica foi profundamente alterada pelo arrefecimento provocado pela ocorrência de glaciações. Nomeadamente durante a última glaciação (Würm), a fauna então existente foi compelida a migrações diversas.
Algumas espécies animais acompanharam o avanço e recuo dos gelos no continente europeu, como as renas. Os poneys do Norte da Europa seriam originários de equídeos que também acompanharam esta dinâmica populacional.
Outros equídeos encaminharam-se para o Sul da Europa, em busca de um clima mais benigno.
Estes fenómenos de modelação geográfica apenas abrangeram zonas reduzidas no território que é hoje Portugal. No território espanhol houve pequenas glaciações locais, nas cordilheira cantábrica e nas montanhas asturo-leonesas. Assim, foi possível que um grupo de equinos se tivesse radicado na Península Ibérica.
É deste núcleo que descende o actual cavalo Garrano.
O Garrano é, portanto, um cavalo autóctone peninsular desde o período Quaternário.
A arte paleolítica deixou vários testemunhos da presença dos Garranos na Península desde o Paleolítico superior, com destaque para a arte magdalenense pela sua extensa representação e realismo. Nas belas pinturas e gravuras das grutas de La Pasiega e de Altamira (Santander, Espanha), datadas de 20.000 a.C., os cavalos aparecem representados como pouco corpulentos, com as extremidades curtas, pelagem grossa e perfil da cabeça recto ou côncavo, num retrato fiel dos Garranos dos nossos dias.
Fig.1
Texto:http://www.ecotura.com
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